quinta-feira, 29 de maio de 2008

Regresso a Goa – parte IV

É verdade, pela quarta vez fui a Goa. Agora como guia.
Chegámos (eu e o Jaime) quinta-feira à hora de almoço. Esperámos pela Ké, Su e Duda que chegaram uma hora depois, vindas de Delhi. Com o calor que grassa em Goa nesta altura do ano, tudo o que queríamos era ir para a praia e dar um mergulho no mar. Mal pousámos as malas no hotel e já estávamos com um pé fora. Entrámos no mar. A água era muito quente e quase não refrescava.
À noite fomos ao Mambo Bar. Dançámos e agarrámos um touro pelos cornos, ainda que por pouco tempo.
Eduarda, Sr. Touro Mecânico & Eu
Na sexta-feira passámos o dia a alternar entre a espreguiçadeira e o mar, e ainda houve vontade para andar de mota de água.
Para jantar juntaram-se a nós os amigos de Delhi, Ricardo e Kwame, e também a nossa parceira destas andanças, Sarah (from Canada). Jantámos num dos muitos restaurantes de Baga Beach e seguimos mais tarde para a praia, com uma garrafa debaixo do braço. Estávamos em amena cavaqueira quando vimos chegar a polícia dizendo que a praia estava fechada e que não podíamos estar ali, ameaçando levar-nos presos. Entrámos no Mambo Bar e dançámos até quando o cansaço permitiu.
Não falta ninguém na foto. O Kwame está ao fundo do lado direito...























Garanto que o bêbedo não era eu!
Quando acordámos no sábado estávamos longe de imaginar o que aquele dia nos reservava. Foi muito bom. Entre banhos de mar, sol e muito calor, resolvemos ir jantar ao Casino Caravela, um barco transformado em casino. Divertimo-nos muito. As discussões abundaram, o clima era de tensão, os temas eram polémicos e houve até quem ficasse sem voz. No final acabámos todos a rir-nos que nem uns perdidos. Jogámos nas Slot Machines, onde a maioria apostou o equivalente a EUR 1,50. Entre perdas e ganhos, a certa altura o retorno do investimento era de 100%. Diz-nos a razão que seria a altura ideal para parar, mas estávamos ali para nos divertir e toca a jogar até acabar com o investimento inicial, desde logo dado como perdido (atitude que justifica a grande margem de lucro dos casinos).A noite acabou como quase sempre acabam as noites na Índia – a discutir com o taxista – que queria mais dinheiro do que aquele que era justo. Também se gerou uma discussão entre nós, nessa noite parecia haver grande disposição para isso, porque quem está de visita e é turista não tem noção de como as coisas são, deixam-se enganar e tem pena deles, dos “coitadinhos”. Os que vivem cá e sabem como tudo funciona vão dando algumas lições.

Sala de jantar do casino
A mesa dos meninos...
...e a mesa das meninas!


No main hall do casino...
O domingo, último dia, também foi passado na praia. Entre banhos e sombra, pois não se aguentava o calor, lá chegou a hora de ir para o aeroporto.



E assim foi mais um grande fim-de-semana luso em terras outrora nossas.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Me…as a host!

Sábado, 16 de Maio de 2008. Hora prevista de chegada de Susana e Eduarda: 00h05m.

À hora prevista, saio de casa. Deparo que não está nenhum auto-rickshaw na rua, como seria normal. Apresso-me a pegar na mota e pôr-me a caminho. Depois de esperar uma hora vi sair pela porta de chegadas do Aeroporto Internacional de Bangalore duas meninas de pele branca, cândida e láctea. Da mesma forma, e da perspectiva contrária, facilmente me identificaram no meio do negrume. Arranjei-lhes um táxi e segui-o de mota, assegurando que não haveria desvio de percurso.

Chegámos a casa. Descansámos, comemos e bebemos qualquer coisa. Num abrir e fechar de olhos o relógio marcava 04h15m, hora que a minha irmã Ké aterraria em Bangalore. Vou à varanda. Debruço-me. Espreito. Tento encontrar um táxi parado à porta do condomínio. A Susana e a Eduarda resolveram acompanhar-me. Ouço um click…! Estava de costas e virei-me lentamente temendo ver confirmadas as minhas suspeitas. A Susana estava perto da porta e perguntei-lhe: “Susana, não fechaste a porta da varanda, pois não?! É que não se consegue abrir do lado de fora!”. Ao que me responde: “consegue, consegue…só fechei para não entrarem mosquitos!”. Convictamente, mas sem sucesso, lá tentou abrir a porta.

Estávamos fechados numa varanda do 10º andar. Mais ninguém em casa. A minha irmã chegaria dentro de momentos e ninguém estaria no aeroporto à espera.

Por sorte, momentos antes, tinha pegado no telemóvel para chamar um táxi e levei-o comigo até à varanda, ainda na mão. Liguei ao Jaime, que estava numa festa, e contei o sucedido. Pedi-lhe que fosse buscar a minha irmã ao aeroporto porque já deveria estar a sair e não saberia o que fazer. Assim foi. Mas o voo atrasou uma hora e o Jaime não sairia de lá sem ela, a meu pedido. Estava uma noite de verão, daquelas de Agosto e em Portugal. O sol ameaçava nascer…o sol nasceu…o sol já estava alto. Contámos os edifícios em redor. Vimos os primeiros transeuntes a caminhar para o trabalho. Ouvimos as primeiras buzinadelas do dia. Rimo-nos que nem uns perdidos e ainda pusemos meses de conversa em dia. Ao fim de quase 2,5 horas abriram-nos a porta da varanda.

Já dentro de casa, dormimos.

O segundo dia começou com uma visita ao mercado da cidade, ou City Market, e fi-las sentir o que de mais puro e bruto tem a Índia. Fomos o centro das atenções…éramos os estranhos, estrangeiros e brancos. A pergunta “Where do you came from?” a toda a hora atingia os nossos ouvidos…
Eu, Susana, Eduarda e Ké - no auto rickshaw, a caminho do City Market
Já no City Market


Uma cabine telefónica











Seguiu-se a “Rua do Comércio”. Aí comprámos trajes indianos que usámos na festa bollywoodesca dessa noite, num dos hotéis cinco estrelas da cidade. Fizemos sucesso, muito sucesso.

A caminho do Hotel, de auto rickshaw onde eu ia lado a lado com o condutor

















Domingo foi dia de visitar monumentos e templos, passear no parque da cidade e relaxar numa esplanada no final da tarde.












Nós no Big Bull Temple








A relaxar no final da tarde





A aventura continua, mas o cenário mudará – Goa – pela quarta vez!